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Situação: Construído
Tipo de Intervenção: Novo
Acervo: Arte Moderna e Contemporânea
Caráter: Público
Referências
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GUZMÁN VERR, VALERIA. En nombre de lo singular: Biomuseo en Ciudad de Panamá. Dearq, n. 17, p. 208-217, 2015.
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BIOMUSEO, EN PANAMÁ: LA PRIMERA OBRA EN LATINOAMÉRICA DE FRANK GEHRY. Artishock Revista.
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SAYER, JASON. Toyo Ito opens International Museum of the Baroque. The Architect’s Newspaper.
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Acle Mena, R. S., Santos Díaz, J. Y., Claudio Morales, A., Herrera Guzmán, S. Y., & Santiesteban López, N. A. (2017). Los Museos Como Potencial Turístico Cultural En Puebla (Museums As a Cultural Detonator of Tourism in the City of Puebla). Revista Internacional Administracion & Finanzas, 10(2), 79–92.
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Cómo se construyeron los muros inclinados y curvos que dan forma a la última obra de Toyo Ito en México. (2017, February 17).
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Manovich, L., Malina, R. F., & Cubitt, S. (2001). The language of new media. MIT press. Museo Internacional Barroco, 10 abril 2019.
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Hernández, I. 2009. Interactividad, vida artificial y espacio/tiempo en las instalacionesinmersivas. Arkadin, 4. The Pritzker Architecture Prize. Biography of Frank Gehry.
Trabalhos Acadêmicos:
Apresentação
O Biomuseo, ou Museu da Biodiversidade, é um projeto do arquiteto americano Frank Gehry, e sua primeira obra na América Latina. O propósito do museu é oferecer uma experiência educacional singular acerca do papel do istmo do Panamá nas mudanças geológicas e evolução biológica ocorridas nos últimos 3 milhões de anos e acerca do papel da interferência humana na natureza.
O projeto é, ao mesmo tempo, uma escultura independente de seus arredores e uma representação de aspectos materiais e imateriais do Panamá. Nos desenhos iniciais, o projeto é representado por linhas aparentemente desordenadas que se organizam sobre elementos prismáticos. Isso é traduzido na cobertura metálica assimétrica do Biomuseo que, a princípio, pode parecer extravagante, mas que possui sutilezas como a curva da cobertura do café, que remete à Ponte das Américas à distância. A escolha do material é, por sua vez, uma referência aos telhados de metal comuns na arquitetura vernacular panamenha, e suas cores vibrantes, pouco comuns na obra de Gehry, foram escolhidas de modo a representar o rico habitat neotropical do país.
A cobertura recai sobre uma estrutura metálica que é sustentada por colunas assimétricas de base de concreto, desenhadas para se assemelharem a árvores com galhos metálicos. As paredes, por sua vez, são de concreto armado moldado in loco. A sofisticação tecnológica necessária para executar o projeto requeria um nível de domínio dos materiais que não condizia com o saber construtivo dos trabalhadores da construção civil na cidade, e um dos motivos para o atraso da entrega do Biomuseo é a necessidade de treinar os trabalhadores no canteiro de obras. No entanto, a construção do edifício serviu também como um processo de qualificação da mão de obra local.
O Biomuseo é composto por diversos prismas conectados, e seu espaço principal se organiza ao redor de um átrio central, elevado em relação ao resto do edifício e definido pelos blocos que compõem o museu, de modo a criar vazios e permitir a vista do Canal e da cidade. Os ambientes circundantes podem ser divididos em três segmentos: o setor de loja e restaurante, um espaço de exposições temporárias e as duas principais alas de exibição, que são organizadas em oito galerias, cuja expografia foi projetada em conjunto com o escritório de Bruce Mau, um designer canadense que trabalha nas áreas de design gráfico, cinema, arte e arquitetura.
A partir do átrio central, as galerias são organizadas de modo a induzir um circuito educacional: Galeria da Biodiversidade (introdução ao tema da biodiversidade e ao trabalho de cientistas locais); Panamarama (exibição das maravilhas naturais do Panamá); Construindo a Ponte (exibição dos efeitos da emergência do istmo no clima e na evolução biológica); Mundos Colidem (representação da megafauna que fez parte da troca que ocorreu entre as américas do Norte e do Sul depois de milhões de anos de separação); O Caminho Humano (relação entre a atividade humana e a biodiversidade local); Oceanos Divididos (diferenças entre a evolução da vida marinha nos oceanos Pacífico e Atlântico após sua separação); A Rede Viva (representação da complexa relação de interdependência entre todas as coisas vivas); Panamá é o Museu (transição entre o espaço interno e o parque, guia o visitante a apreciar a biodiversidade real do país) (SINGHAL, 2014).
A seleção de Frank Gehry para projetar um museu no sítio de uma antiga base militar norte-americana pelo governo do Panamá em 1999 fez parte de uma estratégia de duplo propósito: enquanto era importante criar um museu dedicado à rica biodiversidade do país e que promoveria sua preservação, também era de interesse criar um edifício que pudesse se tornar um marco na cidade, e atrairia atenção internacional. Por isso, Gehry, que coincidentemente era casado com uma panamenha, foi chamado para recriar o efeito econômico e turístico de seu Museu Guggenheim de Bilbao.
O processo da construção do Biomuseo foi longo: desde a contratação de Gehry em 1999 e a abertura do museu em 2014, foram 15 anos de espera, e o povo da Cidade do Panamá apelidou o museu de “museu que nunca termina”. Mas a construção de um museu de tamanha importância no local de uma antiga base militar tem um grande significado para o país, e a conclusão do projeto assinala um futuro otimista para a arquitetura panamenha (BROOME, 2014).
Monica Garcia
Maria Giusti